quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Sutilezas, detalhes... Fotografia



A fotografia me fez conhecer novos universos. Um desses universos - e talvez o mais instigante de todos eles - é o das sutilezas; aquelas coisas simples, tão normais, coisas que a gente não precisa procurar muito para achar, afinal elas estão aqui, ao meu lado, e aí, à sua volta. Ao observar coisas tão banais descobri imensa beleza; talvez não aquela beleza que a maioria valorize, mas algo de uma singularidade surpreendente: a beleza dos detalhes.

Parece bobagem, mas sinto que a felicidade está intimamente ligada a essas coisinhas que nos cercam, coisinhas para as quais nem damos bola. Coisinhas como conchinhas na praia, tão pequeninas, mas tão perfeitas; coisinhas meigas como um flagra de um carinhoso beijinho entre irmãs; coisinhas gostosas como uma colorida gelatina com creme de leite; e por aí se vai... O que quero dizer, é que quando atentamos às sutilezas do nosso dia-a-dia começamos a ver beleza nelas, e podemos até sentir a paz que essas pequenas, mas sublimes coisas podem nos trazer.

Ao buscar captar tudo isso por meio da fotografia, não conta muito se utilizo uma câmera de vinte megapixels ou uma simples câmera analógica descartável. O que importa é a sensibilidade do olhar e da alma; sim, é necessário ser meio bobo mesmo. É necessário muitas vezes não pensar no objeto fotografado, e sim nas cores e formas que enchem de luz o invólucro escuro da câmera. Nesse nível é possível, com sorte, encontrar-se com o abstrato, resultado de muitas doses de subjetividade, onde o objeto é aparentemente transcendido, trocado pelos seus detalhes, ou a sua percepção é alterada devido a um ângulo mais interessante.

Concordo com Susan Sontag quando afirma que “nossa sensação irreprimível de que o processo fotográfico é algo mágico assenta-se em bases verdadeiras”. Afinal, o que é a fotografia? Uma fração de segundo congelada no espaço. É engraçado como muitas vezes gastamos tempo admirando um desses ínfimos momentos capturados.

É exatamente esse encantamento que nós, diretores de arte, fotógrafos, designers, enfim... buscamos com todas as forças causar ao nosso público, e aí está o papel fundamental ocupado pela fotografia na sociedade atual. A capa do livro, o folder, o cartaz, a home do site, o twitter... a fotografia está em todo lugar. No meio desse mar de imagens faz diferença o profissional que sabe realmente, profundamente e sensivelmente “ver”. Se o mundo é repleto de detalhes, a fotografia é a arte de captar esses detalhes, a arte da verdade. Olhe a sua volta, enxergue a beleza que está ao seu redor. Acredite, o melhor criativo é aquele que sente. A fotografia me ensinou isso.

Texto originalmente publicado na seção Ponto-e-Vírgula do site do Clube de Criação do Paraná (http://www.ccpr.org.br/interna.php?pagina=pontovirgula&tpg=2&id=187).

Um comentário:

  1. Eita, tô botando muita fé nesse blog! Material não falta pra torná-lo ótimo!

    Já estou seguindo!!!

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