domingo, 31 de outubro de 2010

Feirinha do Juvevê



Curitiba é cheia de feiras populares a céu aberto. Além da clássica feirinha da Ordem (que de 'feirinha' não tem nada), quase todo bairro tem a sua.

Fui conhecer a feirinha do Juvevê, que acontece todo sábado na Rua Alberto Bolliger. Olha, me realizei. Comi pastel, milho verde, comprei frutas, salames e queijos, tudo muito mais barato que no mercado e com qualidade superior. Ah, com o adendo de poder provar nacos de queijo e pedaços de frutas para constatar se eram realmente bons.

Pra mim, que não sou lá muito fã de ficar horas e horas dentro de galpões sem janelas sendo bombardeado por informações visuais (falo dos mercados de hoje em dia), uma feira a céu a aberto é uma excelente opção para fazer as comprinhas da casa e passear ao mesmo tempo.

É, redescobri o romantismo de uma feirinha.


Kombi velha é item de preseça obrigatória em qualquer feira.


As plaquinhas das feiras são muito cult. Muitas tipografias (fontes) recentes foram baseadas nesse tipo de escrita manual.


Muitas e muitas frutas.


Queijos e salames de encher a boca d'água.


Gosto desse tipo de sacola (muito usada para carregar laranjas). Acho muito bonito o padrão da textura.


Mais fotos no meu flickr.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O dia vai indo embora



De longe
Ao pôr-do-sol
Contemplo a cidade

De leve
Desprovido de intenção
O dia vai indo embora

São cores vivas
De um momento único
Esplendido
E fugaz

Tanto que
Ao fim do verso
O dia já me abandonara


SOBRE A FOTO
Fim de tarde no Parque Barigui, em Curitiba. Já havia dado uma volta quase completa no parque. Depois de tomar chuva por um bom período da caminhada, Deus resolveu fazer arte no céu antes do dia acabar. Voltei pra casa molha
do e com frio, mas com o coração repleto de paz.

domingo, 10 de outubro de 2010

Bocaiúva do Sul

Um post dedicado à Dona Zeca!

Hoje tenho fotos fresquinhas. O dia amanheceu sorrindo, mas se mostrou emburrado logo às 9h da manhã, o que não me desanimou em nada a sair rumo a Bocaiúva do Sul, cidadezinha de 10 mil habitantes que faz parte da região metropolitana de Curitiba, um ótimo lugar para quem, como eu, precisa de sossego e de estar perto da natureza. E o melhor, tudo isso muito próximo de casa. São 35 quilômetros de Curitiba até lá. Uma ótima pedida para viajar gastando pouco.



O caminho é deslumbrante. A BR-476 (Rodovia José Richa) segue contornando uma cadeia de montanhas, muitas com natureza intocada e sem sinal de um ser humano sequer por perto. Em alguns momentos parecia estar em uma estrada deserta. Viajava sem pressa, passando pelas muitas curvas sinuosas da estrada a uma média de 40 quilômetros por hora, até que parei em uma barraca na beira da rodovia para tomar um caldo de cana fresquinho.

O capricho com a limpeza e a organização do lugar me impressionaram. O dono da baraca me falava sobre as conspirações da Coca-Cola para industrializar o caldo da cana. Então, de repente, esquilos! Sim, esquilos apareceram, como se já fosse totalmente normal a preseça deles ali. Eu fiquei com cara de turista bobo. Enquanto eu batia fotos deles (bem de pertinho), eles ficavam me observando e, calmamente, comiam o coco que já estava preparado ali para eles.





Mais tarde, já no perímetro urbano (como costumam dizer as placas), bateu a fome. E foi aí que conheci a Dona Zeca, uma senhora muito simpática, das mais tradicionais moradoras de lá e dona do restaurante Broto. De fora, a aparência do lugar me chamou a atenção; uma casa grande, de madeira, varanda com plantas... enfim, aquela carinha de casa de vó. Lá dentro, toalhas xadrez, chão de assoalho (segundo a Dona Zeca, tem gente que vai lá só porque adora o assoalho) e comida boa: arroz, feijão, bisteca, ovo, macarrão... O restaurante da Dona Hermínia (Dona Zeca é como lhe chamam; Hermínia é o nome verdadeiro) já serviu até como ponto de parada dos ônibus, quando ainda não existia rodoviária na cidade. Nesse tempo, ainda sem o asfalto, levava-se uma hora e meia no trajeto até Curitiba. Com 80 anos comemorados recentemente, a Dona Zeca ainda trabalha em plena forma; diz ela que ainda não começou a colocar açúcar no feijão, rs.







Após uma rápida visita à igreja matriz da cidade (que tem um estilo arquitetônico peculiar e é cercada por grades), peguei novamente a estrada rumo à próxima cidade, Tunas do Paraná, mais especificamente ao Parque Estadual da Lancinha. Mas cheguei lá muito tarde, o atendimento ao público era somente até às 16h. O frio e a chuvinha que começava a cair me motivaram a dar meia volta. O parque vai ficar para uma próxima...





Interessante que, ao chegar em casa, vi algumas notícias sobre o intenso movimento nas estradas e sobre grandes congestionamentos devido ao feriado. Quase sem querer, me afastei de tudo isso hoje. A região de Bocaiúva do Sul é riquíssima em belezas naturais, mas ainda não tem um apelo turístico forte (como Quatro Barras, por exemplo). Enfim, é um lugar a ser ainda descoberto.

Nota 1: A Dona Zeca não me deixou fotografá-la, saiu correndo quando cheguei perto dela com a câmera (ora, não estava arrumada, rs).

Nota 2: Veja mais fotos da minha viagem até Bocaiúva so Sul no meu flickr: http://www.flickr.com/photos/raphaelbernadelli/sets/72157625012622213/

domingo, 3 de outubro de 2010

Dia de eleição



Levantei cedo
Escovei os dentes e saí

Era domingo
Dia de eleição

A rua, um mar de panfletos
Os muros, tomados de rostos sorridentes

Velhos, novos
Carecas, barbudos
Sargentos, professores e pastores
(sempre sorrindo)
Brigavam por uns poucos metros quadrados
E pela minha atenção

Fiz que não vi
Minha mãe me ensinou a não dar trela a desconhecidos


SOBRE A FOTO
Essa imagem faz parte de uma seção que fiz em 2002 para um trabalho da faculdade (é, já fazem 8 anos...). Saí pela cidade registrando toda a sujeira e a poluição visual gerada pelos nossos queridos candidatos. O engraçado é perceber as "brigas" entre os militantes. Em uma noite, vai lá a turma do candidato A e enche um muro de cartazes. Passada mais uma noite, o muro já amanhece com fotos do candidato B, que foram coladas sobre os cartazes do seu rival. E assim sucessivamente. Em alguns casos, fiz questão de rasgar os cartazes; acreditem, era incrível a quantidade de camadas. É o caso dessa foto, tirada de um poste no centro de Curitiba.